O Pôr-do-sol
já não se pôs.
A tarde é lenta
e tão vazia.
A atmosfera
sente por nós dois...
Os segundos
são minutos
e cada minuto
é feito hora;
de marcha à ré
o tempo quer
parar o mundo...
Desfaço o relógio
sem culpa alguma...
Tão logo troco
as velhas pautas
pelo o espelho;
nenhum reflexo,
a noite veio.
Abro a janela,
da varanda
As luzes
da cidade acesas...
tão somente
para nós...
Ao ver o céu
todo estrelado,
tocante
à minha vaidade,
neste estado
sou a mesma lua:
candente e só
na mesma rua.
(Áurea Nunes)
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